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Alta no diesel e protestos violentos: o que está por trás do atentado contra Daniel Noboa no Equador

Daniel Noboa, presidente do Equador, é alvo de atentado O presidente do Equador, Daniel Noboa, foi alvo de um atentado enquanto chegava para um evento na regi...

Alta no diesel e protestos violentos: o que está por trás do atentado contra Daniel Noboa no Equador
Alta no diesel e protestos violentos: o que está por trás do atentado contra Daniel Noboa no Equador (Foto: Reprodução)

Daniel Noboa, presidente do Equador, é alvo de atentado O presidente do Equador, Daniel Noboa, foi alvo de um atentado enquanto chegava para um evento na região central do país na terça-feira (7). Segundo o governo, o carro presidencial foi atacado com pedras. Uma ministra afirmou que o veículo também ficou com marcas de tiros. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp O atentado aconteceu em meio a protestos que Noboa enfrenta por ter cortado subsídios que seguravam o preço do diesel. A medida, assinada em setembro, fez com que o combustível passasse de US$ 1,80 para US$ 2,80 por galão (de R$ 9,60 para R$ 15, na cotação atual). O corte do governo irritou parte da população indígena, que trabalha com agricultura e pecuária. Apenas o setor de flores estima um prejuízo de US$ 1 milhão (R$ 5,3 milhões) por dia. A Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie) afirma que o aumento no preço do diesel atinge diretamente os trabalhadores do campo. Além disso, segundo a agência Reuters, críticos da medida afirmam que ela poderá provocar aumento no custo de vida. Já o governo diz que o corte no subsídio é necessário para gerar uma economia de US$ 1,1 bilhão por ano (R$ 5,9 bilhões) aos cofres públicos. Para compensar o prejuízo de alguns setores, Noboa anunciou o pagamento de indenizações para pequenos agricultores e trabalhadores do transporte. Logo após a medida entrar em vigor, na segunda quinzena de setembro, organizações indígenas iniciaram uma onda de protestos no país. As manifestações incluíram o bloqueio de rodovias em várias províncias do Equador. Manifestantes protestam contra o aumento no preço do diesel no Equador, em 23 de setembro de 2025 REUTERS/Karen Toro Alguns atos resultaram em confrontos e foram marcados pela violência. Segundo dados oficiais e de ONGs, em três semanas os protestos um manifestante morreu e outras 150 pessoas ficaram feridas — incluindo civis, militares e policiais. Pelo menos 100 foram detidos. No sábado (5), Noboa decretou estado de exceção por 60 dias em 10 das 24 províncias do Equador, citando “grave comoção interna”. O decreto menciona “paralisações e atos de violência que alteraram a ordem pública” e uma “radicalização” dos protestos. No dia seguinte, a Conaie acusou o governo de responder “com repressão às demandas do povo” e afirmou que o estado de exceção “militariza os territórios indígenas”. Segundo a organização, a medida “agrava o risco de uso desproporcional da força e de detenções arbitrárias”. O líder da Conaie, Marlon Vargas, afirmou que os manifestantes tomariam Quito se fosse preciso. Noboa respondeu dizendo que “ninguém pode tomar a capital de todos os equatorianos à força” e que “os que atuam como delinquentes serão tratados como delinquentes”. O governo de Noboa classifica parte das manifestações como “atos terroristas” e ameaça os responsáveis com penas de até 30 anos de prisão. Sem apresentar provas, o presidente afirmou que há mafiosos infiltrados no movimento, incluindo membros da quadrilha venezuelana Tren de Aragua. LEIA TAMBÉM Quem é Daniel Noboa, presidente do Equador que foi alvo de atentado Alpinistas são resgatados após ficarem presos em nevasca no Everest Premiê da Itália diz ter sido denunciada ao Tribunal Penal Internacional por 'cumplicidade em genocídio' O atentado Daniel Noboa, presidente do Equador, é alvo de atentado em 7 de outubro de 2025. X/Presidência do Equador O ataque aconteceu quando o carro de Noboa chegava a um evento na província de Cañar, na região central do país. De acordo com a ministra de Energia, Inés María Manzano, o ataque foi promovido por uma multidão de cerca de 500 pessoas. Manzano disse que o carro em que estava o presidente ficou com marcas de tiros. O grupo também atirou pedras. Pelo menos cinco pessoas foram presas. “Atirar contra o carro do presidente, jogar pedras, danificar patrimônio do Estado — isso é crime”, disse Manzano. “Não vamos permitir isso.” Um vídeo divulgado pela Presidência, gravado de dentro de um carro, mostra pessoas atirando pedras contra o veículo. Outra imagem mostra janelas quebradas e o para-brisa trincado.Veja abaixo. Presidência do Equador divulga imagem de carro com as janelas quebradas após atentado em 7 de outubro de 2025. X/ Presidência do Equador Em comunicado, o governo informou que todos os presos serão processados por terrorismo e tentativa de homicídio. Segundo a ministra de Energia, uma denúncia formal de tentativa de assassinato contra Noboa foi registrada. Após o ataque, em um evento estudantil, Noboa disse que o governo do Equador não vai tolerar ações do tipo. "Não sigam o mau exemplo daqueles que queriam nos impedir de comparecer a este evento com vocês e que tentaram nos atacar", disse ele. "Tais ataques não serão aceitos no novo Equador, e a lei se aplica a todos." Já a Conaie afirmou que a polícia e o Exército agiram brutalmente contra pessoas que estavam na região por onde passava o carro de Noboa. A organização disse que mulheres idosas participavam da manifestação e que cinco pessoas foram detidas "arbitrariamente". VÍDEOS: mais assistidos do g1