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Hamas diz que ataque de 7 de Outubro foi 'resposta histórica' a Israel e impõe condições para cessar-fogo

Israel e Hamas começam a negociar implementação do plano de paz de Trump O grupo terrorista palestino Hamas afirmou que o ataque terrorista de 7 de outubro, ...

Hamas diz que ataque de 7 de Outubro foi 'resposta histórica' a Israel e impõe condições para cessar-fogo
Hamas diz que ataque de 7 de Outubro foi 'resposta histórica' a Israel e impõe condições para cessar-fogo (Foto: Reprodução)

Israel e Hamas começam a negociar implementação do plano de paz de Trump O grupo terrorista palestino Hamas afirmou que o ataque terrorista de 7 de outubro, que completa dois anos nesta terça-feira (7), foi uma "resposta histórica" a Israel e que leva a sério as negociações para um acordo de paz na Faixa de Gaza, porém com algumas condições. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Em um discurso na TV, Fawzi Barhoum, um alto funcionário do Hamas, afirmou que o grupo terrorista quer chegar a um acordo para encerrar a guerra, com base no plano do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, porém apresentou algumas exigências: Cessar-fogo permanente e abrangente; Retirada completa das forças israelenses de Gaza; Entrada irrestrita de ajuda humanitária e de assistência; O regresso das pessoas deslocadas às suas casas; O início imediato de um processo de reconstrução total, supervisionado por um órgão nacional palestino de tecnocratas; Um acordo justo de troca de prisioneiros. Barhoum não deu detalhes, por exemplo, do que seria um "acordo justo" em relação aos prisioneiros. Apenas disse que as negociações precisam atender "às aspirações do nosso povo em Gaza". Várias das condições apontadas pelo representante do Hamas já foram repetidamente rejeitadas por Israel, que exige, por sua vez, o desarmamento do Hamas, algo que o grupo rejeita. A situação sinaliza que as negociações indiretas com Israel que estão ocorrendo neste momento no Egito podem continuar difíceis e demoradas. Barhoum ainda acusou Netanyahu de tentar “obstruir e frustrar” a atual rodada de negociações, assim como ele havia “deliberadamente frustrado todas as rodadas anteriores”. "A delegação do movimento que participa das negociações atuais no Egito está trabalhando para superar todos os obstáculos para chegar a um acordo", falou. Na manhã de 7 de outubro de 2023, terroristas do Hamas invadiram o sul de Israel e realizaram assassinatos em massa de israelenses. Cerca de 1.200 morreram, e 251 foram levados como reféns para a Faixa de Gaza. Segundo Israel, 48 deles continuam sob poder do Hamas, dos quais 20 estão vivos e o restante, morto. “Reafirmamos que a Tempestade de Al-Aqsa, em 7 de outubro, foi uma resposta histórica às tentativas de erradicar a causa palestina”, disse ainda Fawzi Barhoum, afirmando que Israel ocupa ilegalmente os territórios palestinos. Israel não se pronunciou, até a última atualização desta reportagem, sobre a fala de Barhoum. Assim como faz em diversas ocasiões, o governo israelense relembrou nesta terça o horror do ataque terrorista de 7 de outubro. Nesta terça-feira, centenas de autoridades mundiais voltaram a repudiar o ataque de 7 de Outubro e pedir a soltura dos reféns israelenses sob poder do Hamas. Israelenses por todo o país realizaram diversas homenagens para relembrar as vítimas. Atos pró-Israel e também pró-Palestina foram registrados pelo mundo nesta terça. O ataque terrorista foi o estopim para a guerra em Gaza. Israel lançou uma ofensiva militar contra o Hamas no território palestino para caçar os responsáveis pelo ataque, eliminar as capacidades militares do grupo e resgatar os reféns. O aniversário da guerra em Gaza ocorre em um momento em que negociadores de Israel e Hamas realizam negociações indiretas para finalizar o conflito, com base em um plano apresentado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Israel concordou com a proposta, porém oferece certa resistência em alguns pontos. Já o Hamas disse que concorda em libertar todos os reféns, vivos e mortos, porém pediu mais discussões sobre os demais termos. (Leia mais abaixo) Desde o início do conflito em Gaza, a ofensiva israelense gerou uma destruição generalizada do território, uma grave crise humanitária entre os palestinos, com a prática de genocídio e a situação de fome generalizada, segundo agências independentes ligadas à ONU. Mais de 67 mil palestinos foram mortos e quase 170 mil ficaram feridos, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas —essa contagem é chancelada pela ONU. Guerra em Gaza está perto de acabar? Palestinos olham para fumaça ao longe de ataque de Israel na Faixa de Gaza em 5 de outubro de 2025. REUTERS/Mahmoud Issa Ainda é cedo para dizer que a guerra está perto de acabar. Parte da comunidade internacional vê na proposta apresentada por Trump um sinal de esperança para, ao menos, um cessar-fogo no curto prazo. Mas ainda há obstáculos. A resposta do Hamas ao plano, apesar de positiva, deixou várias questões em aberto. O grupo terrorista não deixou clara sua posição sobre o desarmamento, um dos principais pontos do plano e objetivo declarado de Israel na guerra. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, aprovou a proposta, mas rejeita a criação de um Estado palestino — algo para o qual o plano dos EUA abre caminho, ainda que de forma condicionada. Outros impasses envolvem o cronograma de retirada das tropas israelenses de Gaza e a definição de um novo governo para o território. Segundo a Reuters, especialistas enxergam as negociações como o início de um processo para o cessar-fogo, e não o fim. Vale lembrar que o plano em discussão foi apresentado após outras tentativas de cessar-fogo: uma no início da guerra, em 2023, e outra no começo deste ano. Ambas duraram poucas semanas e não conseguiram trazer estabilidade ao Oriente Médio. Na segunda-feira (6), delegações de Israel e do Hamas participaram do primeiro dia de negociações no Egito sobre o plano de Trump. As conversas tiveram mediação dos anfitriões, além de Estados Unidos e Catar. Uma nova rodada está marcada para esta terça-feira. Apesar de Trump ter pedido para que Israel interrompesse os ataques durante as negociações, bombardeios ainda foram registrados no fim de semana. A imprensa israelense informou que os militares foram orientados a reduzir a ofensiva. ➡️ Os israelenses são cidadãos do Estado de Israel, criado no fim da década de 1940. Os palestinos são um povo etnicamente árabe, de maioria muçulmana, que habitava a região entre o Rio Jordão e o Mar Mediterrâneo. Já o Hamas é um grupo extremista islâmico armado que atua nos territórios palestinos e controla a Faixa de Gaza desde 2007. Relembre no vídeo abaixo o ataque terrorista do Hamas em Israel. Vídeos mostram sequência da invasão do Hamas na rave Universo Paralello Proposta de paz A Casa Branca apresentou na semana passada um plano com 20 pontos para encerrar a guerra na Faixa de Gaza imediatamente. A proposta prevê o território como uma zona livre de grupos armados. Integrantes do Hamas podem receber anistia, desde que entreguem suas armas e se comprometam com a convivência pacífica. O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, se encontra com Donald Trump na Casa Branca REUTERS/Jonathan Ernst Se o plano for implementado, Gaza passaria a ser governada por um comitê formado por palestinos tecnocratas e especialistas internacionais. O grupo atuaria sob supervisão de um novo órgão chamado "Conselho da Paz", que seria presidido por Trump. Não está claro se Israel participaria do órgão. Segundo a Casa Branca, o Hamas tem 72 horas para libertar todos os reféns mantidos desde o início da guerra, em 7 de outubro de 2023. A proposta também prevê que Israel libere quase 2 mil prisioneiros palestinos. Além disso, a ONU e o Crescente Vermelho seriam responsáveis pela distribuição de ajuda na Faixa de Gaza. O plano é vago sobre a criação do Estado da Palestina, mas indica um caminho que pode levar a esse reconhecimento no futuro. Membros da comunidade internacional receberam a proposta de forma positiva. Por outro lado, moradores de Gaza disseram estar sem esperanças e temem uma piora no conflito. Trump afirmou que, se o Hamas não aceitar o acordo, o grupo enfrentará um “inferno total”. Ele disse ainda que apoiará Israel em ações militares para eliminar o grupo de forma definitiva. Na mesma linha, Netanyahu afirmou que avançará na ofensiva em Gaza caso o acordo não seja fechado.