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Irã diz que ainda não há planos de retomar negociações com EUA

Irã e EUA vinham travando diálogo para chegar a acordo nuclear. Nesta semana, Trump disse estar disposto a retomar as conversas, mas chanceler iraniano EUA d...

Irã diz que ainda não há planos de retomar negociações com EUA
Irã diz que ainda não há planos de retomar negociações com EUA (Foto: Reprodução)

Irã e EUA vinham travando diálogo para chegar a acordo nuclear. Nesta semana, Trump disse estar disposto a retomar as conversas, mas chanceler iraniano EUA divulgam vídeo de teste de bomba de 14t usada no Irã O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, afirmou nesta quinta-feira (26) que ainda não existe nenhum plano para retomar as negociações com os Estados Unidos para um acordo nuclear. A declaração do chanceler contraria o discruso feito pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que disse que os dois países retomariam o diálogo — as conversas foram suspensas após o início do conflito de 12 dias entre Irã e Israel, no qual os EUA intervieram, atacando instalações nucleares e bases militares iranianas. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp "As especulações sobre a retomada das negociações não devem ser levadas a sério", declarou Araghchi, em entrevista à televisão pública iraniana. "Ainda não há nenhum plano para iniciar negociações". A sexta rodada de negociações entre Irã e EUA estava prevista inicialmente para 15 de junho com mediação do sultanato de Omã, mas foi cancelado após o ataque de Israel ao Irã dois dias antes. Na véspera, Trump havia garantido que os Estados Unidos falariam "na próxima semana com o Irã" e, inclusive, mencionou a possibilidade de "assinar um acordo", sobre o programa nuclear de Teerã. O Irã afirma que desenvolve seu programa nuclear apenas para fins civis. Teerã também nega a acusação de que almeje criar uma bomba atômica, argumento feito por Israel para como argumentou Israel para lançar sua ofensiva de 13 de junho. O impacto dos repetidos ataques israelenses e dos bombardeios americanos de domingo contra suas instalações nucleares está agora sob discussão. 638 MORTOS, 2 MIL ATAQUES: A 'guerra dos 12 dias' entre Irã e Israel em números Trump 'exagerou', diz Khamenei Líder supremo do Irã, Ali Khamenei, reivindica vitória sobre Israel e EUA e nega grandes estragos por ataques a instalações nucleares em primeiro pronunciamento após cessar-fogo, em 26 de junho de 2025. Escritório do líder supremo do Irã/Wana via Reuters Na quinta (26), em sua primeira declaração desde o início da trégua, o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, afirmou que Trump "exagerou" sobre o impacto de seus ataques contra as instalações iranianas de Fordos, Natanz e Isfahan. "(Os EUA) não ganharam nada" com seus bombardeios, disse Khamenei, que celebrou a "vitória" do Irã. O aiatolá também afirmou que os iranianos deram uma "bofetada contundente" nos Estados Unidos e que Israel "quase colapsou" com os ataques lançados por Teerã. A Casa Branca, também na quinta, disse que Khamenei tentou "salvar as aparências". "Vimos o vídeo do aiatolá, e quando se tem um regime totalitário, é preciso salvar as aparências", declarou sua porta-voz Karoline Leavitt. Khamenei também negou as alegações de Donald Trump de que as instalações iranianas bombardeadas ficaram "totalmente destruídas" e que o Irã não pôde retirar preventivamente as reservas de urânio que estavam armazenadas nos locais. Mais tarde, no entanto, o chanceler iraniano qualificou como "importantes" os danos nas instalações nucleares de seu país. Também disse que seus especialistas estavam realizando "uma avaliação detalhada dos danos" e que seu governo iria discutir uma forma de "exigir uma indenização" por eles. "Teria levado tempo demais, seria muito perigoso, pesado e difícil de mover!", assegurou ele nesta quinta em sua plataforma, Truth Social. Mas alguns especialistas estimam que é possível que o Irã tenha retirado parte de sua reserva de 400 quilos de urânio altamente enriquecido e a tenha escondido em algum lugar em seu vasto território. De acordo com um documento confidencial do governo norte-mericano, revelado pela rede de TV CNN Internacional, o ataque não destruiu componentes fundamentais do programa nuclear iraniano, cujo desenvolvimento teria sido atrasado em alguns meses e não décadas, como Trump insiste em dizer. A Casa Branca reconheceu que o documento é autêntico, mas disse que ele é "totalmente equivocado". O chefe do Pentágono, Pete Hegseth, insistiu, na quinta-feira, em definir a operação como um "sucesso histórico" e atacou a mídia por questioná-lo. "O presidente Trump criou as condições para pôr fim à guerra", reforçou durante uma coletiva de imprensa. Cooperação do Irã com AIEA chegou ao fim? Irã retirou urânio de centrais nucleares antes do ataque, diz jornal; Trump nega O programa nuclear iraniano foi objeto de várias rodadas de negociações entre os Estados Unidos e o Irã, iniciadas em abril, com a mediação de Omã, mas suspensas pela ofensiva israelense. Antes da intervenção dos Estados Unidos, Israel havia lançado centenas de ataques contra estas instalações e matado alguns dos principais cientistas responsáveis pelo programa nuclear. A Agência Internacional de Energia Atômica da ONU (AIEA) considera impossível calcular os danos e pediu acesso às instalações nucleares iranianas. A AEIA "perdeu visibilidade" sobre as reservas de urânio enriquecido "desde que começaram as hostilidades", afirmou seu diretor-geral, Rafael Grossi. O Conselho de Guardiões do Irã, órgão encarregado de garantir que a legislação se ajuste à Constituição, ratificou, também na quinta, um projeto de lei que suspende a cooperação com a AIEA. O presidente da França, Emmanuel Macron, advertiu que uma saída do Irã do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP) seria "o pior cenário" depois deste conflito. Apesar das pressões ocidentais e das ameaças diretas dos Estados Unidos e de Israel, antes do conflito o Irã enriquecia urânio a 60%, próximo do nível de 90% necessário para produzir uma arma atômica.