Tribunal de Jerusalém adia depoimento de Netanyahu em caso de corrupção; decisão vem após apelo de Trump
Advogados alegaram que primeiro-ministro de Israel precisa se concentrar em questões de segurança nacional Benjamin Netanyahu posta foto de mãos dadas com Do...

Advogados alegaram que primeiro-ministro de Israel precisa se concentrar em questões de segurança nacional Benjamin Netanyahu posta foto de mãos dadas com Donald Trump X / Reprodução Um tribunal em Jerusalém decidiu, neste domingo (29), por adiar os depoimentos do primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu, que é réu em um processo por corrupção. Oitivas seriam realizadas na próxima semana, em 30 de junho e 2 de julho, mas advogados alegaram que o premier precisa se concentrar em questões de segurança nacional — como o corrente cessar-fogo com o Irã e os embates com o Hamas em Gaza. Inicialmente, a Corte havia rejeitado as solicitações de adiamento. Alegava que a defesa "não apresenta uma fundamentação detalhada ou motivo que possa justificar o cancelamento das audiências de instrução", como dito pela juíza Rivka Friedman-Feldman. Entretanto em audiência excepcional neste final de semana — segundo o jornal The Times of Israel, que contou com a presença de Netanyahu e chefes das Forças israelenses —, a Justiça voltou atrás. No sábado (28) o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi às redes sociais fazer um apelo em prol de seu aliado. O norte-americano alegou que se tratava de uma "caça às bruxas política" e comparou com os próprios problemas com a justiça: "muito semelhante à que fui forçado a enfrentar". "Essa distorção da justiça prejudicará tanto as negociações com o Irã quanto as negociações com o Hamas. Em outras palavras, é uma loucura o que os promotores estão fazendo com Netanyahu", ponderou o presidente dos EUA. Na manhã deste domingo, Benjamin Netanyahu publicou mensagens de agradecimento à liderança norte-americana pelo apoio. "Obrigado novamente, Presidente Trump", escreveu em seu canal oficial no Telegram. Caso de corrupção Netanyahu e sua esposa, Sara, são acusados de aceitar mais de US$ 260.000 (na cotação atual, cerca de R$ 1,42 milhões) em bens de luxo, como charutos, joias e champanhe, de bilionários em troca de favores políticos. Em outros dois casos, o primeiro-ministro é acusado de tentar negociar uma cobertura mais favorável de dois meios de comunicação israelenses. Ele foi indicado em 2019, por acusações de suborno, fraude e quebra de confiança. As quais ele nega as acusações. A solicitação de adiamento no julgamento vem ocorrendo desde maio de 2020. Já neste domingo, juízes afirmaram em sua decisão que as explicações fornecidas continham informações substancialmente adicionais ao que foi apresentado nas solicitações anteriores e, portanto, decidiram cancelar as duas audiências agendadas.