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'Uma partida de xadrez': Putin e Trump travam o primeiro cara a cara desde o início da guerra da Ucrânia sob desconfiança

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'Uma partida de xadrez': Putin e Trump travam o primeiro cara a cara desde o início da guerra da Ucrânia sob desconfiança
'Uma partida de xadrez': Putin e Trump travam o primeiro cara a cara desde o início da guerra da Ucrânia sob desconfiança (Foto: Reprodução)

Trump e Putin travam o primeiro cara a cara desde o início da guerra da Ucrânia "Será como uma partida de xadrez". ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp AO VIVO: acompanhe em tempo real o encontro entre Trump e Putin A frase, dita pelo presidente EUA, Donald Trump, resume o clima com o qual Estados Unidos e Rússia chegam para a primeira cúpula entre os dois países desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022. Donald Trump e Vladimir Putin, os dois grandes atores do tabuleiro atual da geopolítica mundial, voltarão a ficar cara a cara nesta sexta-feira (15) em um encontro com potencial de "selar a paz mundial", como disse esperar Putin. Os dois chegaram ao Alasca na tarde desta sexta. Mas que, com apenas um movimento errado, pode também minar as chances de um fim próximo de uma das guerras mais longas dos últimos anos — o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, não participará. Segundo a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, a exclusão de Zelensky ocorreu porque partiu de Putin a ideia do encontro com Trump. Avião de Trump no Alasca Reuters A reunião, que ocorrerá a partir das 16h pelo horário de Brasília em uma base militar do Alasca que já foi usada para espionagem à ex-União Soviética — em território norte-americano, portanto — Será também o primeiro encontro a sós entre os dois líderes desde 2018. Na ocasião, quando a cúpula bilateral tratou de acusações de interferência russa nas eleições dos EUA, Putin conseguiu convencer Trump, que ainda saiu do encontro defendendo a versão do Kremlin e contradizendo a própria CIA, que dizia ter provas de que Moscou interferiu no pleito norte-americano. A avaliação da imprensa norte-americana é que, desta vez, um Trump mais autoritário e experiente pode bater de frente com o homólogo russo. Mas o embate não será fácil: ex-chefe da KGB, a antiga agência de inteligência russa, Vladimir Putin está no poder há 25 anos, no total, e foi treinado para manipular e enganar o inimigo — á época, os Estados Unidos. Embora tenham trocado críticas e ameaças nos últimos meses, tanto Trump como Putin sinalizaram, na véspera da reunião, estar esperançosos de que será um bom encontro. Putin chega ao Alasca Reprodução O líder russo elogiou os "esforços sinceros" de Washington para solucionar a guerra na Ucrânia e disse achar que o cara a cara com Trump pode selar a "paz mundial". Mas ponderou que isso só ocorrerá caso haja um acordo para restringir o uso de armas estratégicas, incluindo as nucleares, já sugerindo uma tentativa de barganhar algo em troca de um cessar-fogo na Ucrânia. Trump também enviou mensagens dúbias nos últimos dias: se mostrou esperançoso e disse que "acho que ele (Putin) fará um acordo", mas admitiu que "nada está garantido. Será como uma partida de xadrez". E, mesmo munido de autoconfiança como negociador, o líder norte-americano e seu governo foram baixando as expectativas ao longo dos últimos dias. Ele afirmou ter calculado em 25% as chances de o encontro "terminar mal" e já fala na necessidade de uma segunda reunião com o mandatário russo antes mesmo da a primeira acontecer. Seu secretário de Estado, Marco Rubio, também afirmou que, embora esperançoso, "em última instância, caberá à Ucrânia e à Rússia concordar pela paz". LEIA MAIS: SANDRA COHEN: Putin chega vitorioso a encontro com Trump, que expõe desvantagem de Zelensky ALASCA: Por que Trump e Putin vão se encontrar no estado dos EUA e outras 4 perguntas MAPA DA GUERRA: veja quais os territórios da Ucrânia que Putin exige para o cessar-fogo GUERRA FRIA 'FEELINGS': chanceler russo usa moletom com acrônimo URSS ao chegar para encontro de Trump e Putin no Alasca Territórios Entenda a ocupação russa na Ucrânia Arte/g1 Uma certeza que ambos os lados apontam é que o debate pelas regiões ucranianas atualmente ocupadas por tropas russas será o ponto central das negociações. Segundo o Instituto para o Estado da Guerra (ISW, na sigla em inglês), Moscou controla militarmente cerca de 20% de todo o território ucraniano. E nenhum dos lados sinalizou querer abrir mão dessas regiões. No início ano, quando Trump ensaia uma aproximação com Putin, os EUA já chegaram a mencionar que a única solução para o fim da guerra que já dura três anos e meio, a Ucrânia teria de abdicar desse território. Depois, voltou atrás e disse que negociaria essas áreas com o Kremlin. Nesta semana, o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, voltou a dizer que não quer nem pode ceder as áreas ocupadas. Ao longo da semana, Zelensky, já ciente de que estava excluído do encontro, se reuniu com uma série de líderes europeus, com quem também telefonou para Trump. Do líder norte-americano, conseguiram a garantia de que nenhum acordo para um cessar-fogo seria fechado sem o conhecimento e autorização de Kiev. E Trump disse que um segundo encontro no Alasca pode ter a presença do ucraniano. Só os dois e os intérpretes Presidentes Donald Trump e Vladimir Putin se cumprimentam no início de encontro em Helsinque, na Finlândia, em 2018 Kevin Lamarque/ Reuters Ainda assim, quando a cúpula desta sexta começar, serão apenas Putin e Trump na sala, acompanhados de ninguém mais que seus intérpretes. Os dois ficarão a sós por cerca de uma hora, e só depois disso suas comitivas, formadas por ministros e secretários de peso, se sentarão também na mesa de negociações. Depois disso, os dois líderes darão uma entrevista coletiva à imprensa para revelar os detalhes do encontro. E mostrar quem parece ter vencido a batalha desta vez. Animação mostra local que sediará encontro entre Trump e Putin no Alasca